segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Estômago

E foi naquele morro que eu falei com a boca do estômago, já que minha cabeça abandonou minhas palavra.
Ai ai, que dor na alma.
Era fome que eu sentia, fome de comida do forno lá de casa, fome do que era meu e já não tinha, fome de outro corpo com o meu.
Fome da minha antiga e pacata vidinha.
Ai, deixei ele fala por mim, num sabia o que ia acontecê, num sabia nada do futuro, sabia só da fome que eu sentia.
Vi o outro chegando de mansinho, como quem procura por água também, e me escondi, como cobra que vai dá o bote. Esperei ele senta ali na beirinha, coça a cabeça, e avancei. Quebrei o pescoço numa pegada só! Num acreditei, nunca fiz mal pra nenhuma mosca...
Mas era o outro homem dentro de mim que fez isso pra mim, num foi eu não. Eu só obedeci, como criança calada aprendendo sabe?
Comi tudinho, lambi os beiço e as costa das mão.
Agora éramos dois, dois homem com força e raiva, eu e meu estômago.

Barbara

2 comentários:

  1. Fome que dá quando um ano novo surge?

    Você escreve muito bem, barbaramente!

    ResponderExcluir
  2. também sinto fome da comido do forno lá de casa..

    ass. pândego da mistura das monjas..

    ResponderExcluir