Mais rápido do que a
chuva
Você e sua consciência
Shh!
O que foi? (pausa) Já está tudo
calmo.
Tenho que ficar atento. Não seria
a primeira vez.
A tempestade se foi! Acabou. Tudo
favorece para seguir!
Não. Ainda não sabemos se ela de
fato se foi ou se está adormecida.
E como saberá?
Com o tempo. A vida nos testará.
Mas e até lá? Ficaremos enfurnados
aqui? O mar é logo ali...
Trezentos metros de areia.
Então!
Assim que nos arriscarmos... BAM!
Seremos pegos!
Mas já aconteceu antes e estamos
aqui.
E quem suporta uma outra vez?!
Aqui dentro está equilibrado...
Mas estamos parados! Nunca vamos
saber se ela de fato foi embora.
Claro que sim. Vamos observar daqui
de dentro.
Estando aqui dentro, estamos fora
da tempestade! Precisamos estar dentro dela para poder sair!
Não vou arriscar meu equilíbrio
de novo. Não posso mais suportar esse erro.
O unico lugar equilibrado do furacão é o seu olho.
Besteira.
Mas você já aprendeu. Talvez no
caminho até o mar, ela não volte, e talvez, se voltar, você saiba exatamente o
que...
Quanta bobagem. Não vou me
iludir, será igual.
Então ela não foi embora, você já
admitiu que ainda está ai, adormecida?!
É melhor não pensar em nada
disso. Vou seguir com o que já está aqui dentro.
Você vai morrer.
Você não entende, não estou
esperando na inércia. Estou aqui, veja, tocando minha vida.
Tua vida é lá fora.
Minha vida é onde estou. Faço o
que quiser dela.
Tu vai morrer, docinho.
Para de repetir isto! Deixe-me!
Já disse, eu tenho tudo sob controle.
Sozinho. Cê tá aqui sozinho e não
tem nada sob controle, porque não tem a coragem de botá o pé pra fora do buraco
e fazê o que tem que fazê.
(E de repente seu amigo havia se
transformado em uma mulher. E a tempestade recomeçaria, só que desta vez,
dentro da caverna)
Barbara
Até onde correr riscos significa ir de encontro ao novo ou fugir da realidade?
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