sexta-feira, 2 de março de 2012

Harmonia Humana

Um Conto Chinês

Ponto Chinês
Ponto de Euxino
                                      Uma reflexão sobre o movimento
                                                                         de ontem.





São de Bilhetes deixados no banheiro de que estou falando.
Um dia, durante o meu trabalho, uma professora sorrindo veio falar comigo. Ela dizia que não entendia suas alunas – e soltava uma risada aguda – pois elas deixavam bilhetes para os meninos no banheiro feminino. “Mas eles nunca vão vê-los! Então eu sempre digo a elas; escrevam nas portas do banheiro masculino, suas tolinhas!” e soltava outra risada estridente.

São de Bilhetes deixados nos banheiros universitários de que estou falando.
Últimos suspiros, últimos surtos, elas não cabem dentro delas mesmas, e precisam registar ali, naquele momento, seu maior sentimento. Universitárias raivosas e mergulhadas em amor; “Mais amor por favor!” (?)

São de Bilhetes deixados na geladeira de que estou falando.
Uma relação é terminada, pois ela já cansou de repetir e está indo para a Índia dar um tempo. Uma rotina que ele tem que seguir para não esquecer de pegar as crianças na escola. O horário de molhar as plantas enquanto o amigo viaja. Ele ligou, depois de tanto esperar. Ele ligou, mesmo depois de tanto você evitar. Lista de compras para a festa. O horário do exame.

São de Bilhetes no seu livro de que estou falando.
Quando a gente vai emprestar um livro para um amigo não basta só entrega-lo, mas sim fazer um discurso sobre aquela jornada que estamos o encaminhando. Mais um Post It com um sorriso, um beijo colado na capa, uma piada interna, um trocadilho com Mario. Mas quando temos certeza de que vão gostar, é mais prudente fazer uma devida dedicatória.

Quero uma melodia humana tocando agora.



Barbara

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