quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Ayrton


Sumiu. A localização é necessária e incondicional.
Primeiro pela afeição, não podemos viver com a possibilidade de estar perdido.
Segundo pela segurança, não dele, mas daqueles que podem cruzar o seu caminho.

A questão é que ele mordia. Não podia, mas mordia.
A questão é que ele mordia. Quando menos se esperasse, lá se ia uma ponta de um dos dedos.
Mesmo que avisassem sobre a sua presença no recinto, ninguém lhe conferia muito crédito.
Mesmo que avisassem entre dentes, com um sorriso nervoso, que ele chegaria, ninguém mudava a própria rota.

A questão é que ele mordia. E morder era algo que não fazia parte de sua genética.
A questão é que ele mordia e não havia critérios.
Mas o caso ia além. Ayrton não só mordia, como corria.

Correr era tão fora de sua espécie quanto morder. Mas, em terras como aquela, onde o chão fervia, isso era de se esperar.
Ayrton corria, não seguia, nem acompanhava. Corria a frente.

Ayrton é um cágado.
Um cágado que morde e corre.
E está perdido.

Ajude-nos a localizá-lo.


Barbara

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