segunda-feira, 1 de abril de 2013

Enchente!

A aqueles que andam ao meu redor,


De repente tudo por dentro é um dilúvio. Há ansiedade e uma mescla de desespero sinalizando algo que está por vir. Algo que entala na minha garganta, pois percebo que tudo tenta passar de uma vez. Minha alma de repente começa a inchar e a querer transbordar. Pelo amor de deus, chamo meus amigos, coloquem baldes e bacias ao meu redor depressa, começarei a vazar! E depois, sabe lá deus como vou me encontrar.
Quando viro meu olhar para dentro, para tentar enxergar o que tanto cresce e me inunda, é como se eu olhasse para debaixo da água. Tudo está embaçado e completo, repleto. Não consigo tomar distancia o suficiente para visualizar.
Tenho que me conformar em ir descobrindo ao passo que tudo vai vazando. O problema é a força com que isto vem. Quando começar a transbordar não será como uma pequena calha, mas uma enxurrada há muito acumulada.
É isso, de repente meu rio ganhou terreno, um terreno íngreme, com certeza.
A ansiedade é por querer saber o que é, o medo é pelo modo como que vai sair, o prazer (do desconhecido) é por querer saber onde vai dar, e o desespero é que estou para me afogar.
Amigos, receio que talvez algumas bacias não sejam o suficiente. É melhor segurarem-se firmes nas árvores, porque talvez eu os leve comigo. A não ser que queiram ir.
Não, não sei o que é. Não. Nem se é seguro. Do que se trata? Se eu soubesse, não estaria vivendo e me surpreendendo depois, não é? Sim, é isso. É forte, porque está presente.



Barbara

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