Acho que faço questão de esquecer este sentimento dali alguns momentos, para voltar a sofrer. Se não perde a graça... Mentira.
*
A incerteza é que envenena, quase é insuportável viver com
ela. Ela impede de prosseguir e impede de ficar parado em paz. Ela transforma
tudo que é externo numa inércia eterna, e o que é interno em movimento
desenfreado constante. Viver nesse descompasso vibracional, viver nesta forma
de desarmonia tão aguda, é que é viver na incerteza. Não se aguenta.
O curioso é quando uma solução ou uma resposta aparece,
negamos. Como se viver naquela angústia constante fosse mais correto; como se
fosse muito fácil assim, como se fosse impossível possuir uma certeza. Mas ao
mesmo tempo impossível ser torturado pela sua ausência.
Mas então torna-se impossível viver na incerteza e impossível
achar uma certeza. Logo, onde se vive? Na margem?
A incerteza sufoca. Alguns dizem que instiga, que aquece...
Mas isto só acontece se todo o resto está imerso em certezas. Se, ao contrário,
não houver uma base sólida e segura, tudo se torna improvável e muito custoso.
*
Eu acredito tanto que as coisas não são impossíveis, mas me
pego agindo como se fossem.
Barbara
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