domingo, 22 de julho de 2012

Momento

Algumas músicas me fazem acreditar que vai dar certo, que tudo vai se acertar. Quando me emociono escutando-as, nunca é de tristeza, mas apenas de uma esperança que preenche e de uma alegria cúmplice.

Acho que faço questão de esquecer este sentimento dali alguns momentos, para voltar a sofrer. Se não perde a graça... Mentira.


*

A incerteza é que envenena, quase é insuportável viver com ela. Ela impede de prosseguir e impede de ficar parado em paz. Ela transforma tudo que é externo numa inércia eterna, e o que é interno em movimento desenfreado constante. Viver nesse descompasso vibracional, viver nesta forma de desarmonia tão aguda, é que é viver na incerteza. Não se aguenta.
O curioso é quando uma solução ou uma resposta aparece, negamos. Como se viver naquela angústia constante fosse mais correto; como se fosse muito fácil assim, como se fosse impossível possuir uma certeza. Mas ao mesmo tempo impossível ser torturado pela sua ausência.
Mas então torna-se impossível viver na incerteza e impossível achar uma certeza. Logo, onde se vive? Na margem?
A incerteza sufoca. Alguns dizem que instiga, que aquece... Mas isto só acontece se todo o resto está imerso em certezas. Se, ao contrário, não houver uma base sólida e segura, tudo se torna improvável e muito custoso.

*

Eu acredito tanto que as coisas não são impossíveis, mas me pego agindo como se fossem.



Barbara

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