terça-feira, 9 de julho de 2013

Colina, não oiteiro

Sugiro a leitura de Corrente Leste Australiana, só clicar aqui.


Quando vem a necessidade de talhar algo
o desejo de fazê-lo surge das entranhas,
visualizar algo com clareza do meio de seus olhos
e desenterrá-lo com as mãos,
ver os excessos saírem e serem descartados
até surgir o invisível;
e quando aparece, parece que ali sempre esteve
que a grande massa que ali ocupava, nunca existiu,
a essência não se libertara, mas sempre estivera,
a canção fala e eu cavo;
proibido escavar; não agora docinho
agora ela canta e tudo roda mais uma vez,
hei hei hei hei hei hei




Como era? Li duas vezes.
Eles corriam, corriam, corriam
como nunca imaginaram que fossem capazes.
Não sei ao certo por quanto tempo correram,
anos, anos e anos
talvez pela eternidade inteira.
Suas roupas eram feitas de vento
seus pés eram chão, ar, chão, ar, chão, ar, chão, ar, chão
sucessivamente para sempre,
nada estava deslocado, tudo profundamente integrado.
Correram porque vivos já não estavam.
Correram porque tanto fazia, contanto que tudo seguisse.
Lançavam olhares uns para os outros em movimento,
o prazer era intrínseco
e não vinha dos músculos, porque estes não existiam.
O prazer era apenas o ser.
Não habitavam mais seus corpos, suas casas
a pele da alma, nada
os mundos os habitava, e assim era, ié
Como a gente aprende que vai ser
só que não lembra.



Barbara

Nenhum comentário:

Postar um comentário