Quando vem a
necessidade de talhar algo
o desejo de
fazê-lo surge das entranhas,
visualizar
algo com clareza do meio de seus olhos
e desenterrá-lo
com as mãos,
ver os
excessos saírem e serem descartados
até surgir o
invisível;
e quando
aparece, parece que ali sempre esteve
que a grande
massa que ali ocupava, nunca existiu,
a essência não
se libertara, mas sempre estivera,
a canção
fala e eu cavo;
proibido escavar;
não agora docinho
agora ela
canta e tudo roda mais uma vez,
hei hei hei
hei hei hei
Como era? Li
duas vezes.
Eles
corriam, corriam, corriam
como nunca
imaginaram que fossem capazes.
Não sei ao
certo por quanto tempo correram,
anos, anos e
anos
talvez pela
eternidade inteira.
Suas roupas
eram feitas de vento
seus pés
eram chão, ar, chão, ar, chão, ar, chão, ar, chão
sucessivamente
para sempre,
nada estava
deslocado, tudo profundamente integrado.
Correram porque
vivos já não estavam.
Correram
porque tanto fazia, contanto que tudo seguisse.
Lançavam
olhares uns para os outros em movimento,
o prazer era
intrínseco
e não vinha
dos músculos, porque estes não existiam.
O prazer era
apenas o ser.
Não
habitavam mais seus corpos, suas casas
a pele da
alma, nada
os mundos os
habitava, e assim era, ié
Como a gente
aprende que vai ser
só que não
lembra.
Barbara
Nenhum comentário:
Postar um comentário