Guardião do tempo e da vida, responsável por acelerar e
desacelerar o compasso de tudo. Muito mais do que um elemento integrante da
natureza ou a base de metáforas. O Rio é aquele que rege, é onde nós estamos. É
o aqui e o agora.
Se um dia você se sentar em uma de suas margens, e ali houver
águas claras que lhe permitam enxergar o fundo, poderá identificar centenas de
pessoas ali sedimentadas. São todos aqueles que se tornaram mais pesados com o
tempo, ou que tentaram nadar contra a corrente natural.
O Rio é muito mais do que um juiz; ele determina, dita, cria,
modifica e fala. Uma vez dentro dele, aceite que há mais um guardião regendo sua
vida.
Tudo deve seguir como a frase de seu curso, do contrário há
de se arrebentar em pedras e quedas. Também há dele ser misericordioso com
aqueles que não tentam adivinhar seu caminho ou tentar governá-lo.
Um rio não se cala,
não tem o porquê secar, não tem porque parar se há correnteza, não tem porque
se revoltar se há calmaria. Ele escurece quando é preciso esconder e proteger,
e clareia quando é preciso iluminar.
Se você se deixar levar, integrar e surpreender-se com o que
aparece depois da curva, será levado para longe das pedras, e a pontos ainda
não imaginados.
Aceitar o tempo do Rio. Um fluxo que muitas vezes queremos
que diminua e nos obriga a ir de encontro. E muitas outras vezes queremos que
corra, que aconteça, que nos mostre, mas que caminha em completa calmaria,
ignorando qualquer anseio de seus navegantes.
Gostaria de saber se rios se encontram ou se no fundo estamos
todos no mesmo rio.
Barbara
Deu uma vontade de se deixar pela correnteza, cada vez mais preguiça de dar braçadas, eu acho que no fundo todo mundo está assim. Acho que todo mundo é do mesmo Rio.
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