quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Costureira

Diziam que Bia não dava ponto sem nó.
Disso eu não sei, só sei que um dia ouvi Bia dizendo para o moço.


Bordei você a eu como se fosse um achado. Um pedacinho de mau caminho. E costurei. Com linha grossa, da cor da minha vontade! Costurei fingindo te ter por inteiro, fingindo não ter mais nada por esse lugar todo nas mão de outro.

Pronto. – dizia ela.– Tá aqui. Firme. Posso puxa, lasca, até rasga. Mas vou sabe que era  um pedaço teu que tava aqui.

Não bordei numa colcha feito retalho. Nem numa rede pra gasta. Eu bordei foi é em mim, isso sim. Pele com pano. Como se fosse feito da mesma coisa, misturado. E com o mesmo gosto!

Ah, homem, só existe uma coisa que junta as coisa assim. – os olhos dela aumentaram – Só uma coisa pode junta duas assim, é Amor homem! Isso sim. Com ele você junta o que quiser, até a minha pele com teu pedaço. Tão misturado que é impossível separa os dois. Ia precisa de tanto tempo que eu fecho o meus olho antes de vê.

Sabe onde eu te costurei? Não foi no peito coisa nenhuma. Foi é no estômago. Não confio a ninguém mais o controle da minha ansiedade.



Barbara

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